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Distrito de Varpa realiza 3ª edição da Festa Ligo

A Prefeitura de Tupã, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, convida toda a população para participarem da tradicional Festa Ligo que acontece neste sábado (22) na Varpa. A Festa, que está em sua 3ª edição, acontecerá na praça central do distrito, a partir das 17h.

O evento, semelhante as Festa Juninas do Brasil, visa celebrar anualmente o solstício de verão na Letônia, trazendo diversas atividades para todas as famílias. Com o apoio da Associação Brasileira de Cultura Letã e do Ministério da Cultura da Letônia, a Festa Ligo ainda receberá a apresentação dos musicistas Rozite e Dzintars, vindos diretamente da Letônia.

Todos os visitantes também poderão aproveitar toda a praça de alimentação com comidas típicas da Letônia e alimentações diversas que estarão sendo comercializadas no local, além de brincadeiras e danças típicas juninas da Letônia, e passeio de carroça.

O secretário municipal de Cultura, Luis Carlos Sanches, destacou como a comunidade da Varpa mantém suas origens acesas com muitas festividades e eventos culturais da Letônia, como a Festa Ligo que é uma grande tradição do país europeu.

“É uma honra para a Prefeitura de Tupã e a secretaria de Cultura poder fazer parte dessa terceira edição da Festa Ligo na Varpa. Sabemos o quão bonita é a cultura do distrito e como as famílias se unem para manter as tradições letãs. Lembrando que a Festa não será restrita e todos podem participar, será um prazer receber toda a população de Tupã, dos demais distritos e de toda a nossa região nesse evento”, disse.

ORIGEM DA VARPA

O distrito de Varpa é famoso por abrigar uma comunidade de imigrantes letões, oriundos da Letônia, um país europeu localizado na costa do Mar Báltico. O termo letão “vārpa“ significa “espiga“, representando a ideia de outras unidades se conectando a unidade principal, como os diferentes núcleos da colônia se formando ao redor da área central.

COLONIZAÇÃO

A colônia de imigrantes letos no Brasil foi formada principalmente após a Primeira Guerra Mundial, quando eles deixaram a Letônia devido às restrições impostas pelo regime bolchevique. A maioria dos imigrantes era de religião batista. Os imigrantes desembarcavam no Porto de Santos e viajavam de trem até a estação ferroviária de Sapezal, em Paraguaçu Paulista, percorrendo depois 31 quilômetros a pé pela mata até chegar à colônia.

A primeira iniciativa foi feita por dois imigrantes que compraram terras na margem do Rio do Peixe em novembro de 1922 e estabeleceram a colônia de Varpa e a Corporação Evangélica Palma. Em seguida, mais de 2.400 imigrantes letos chegaram e formaram uma comunidade baseada no sistema de cooperativa. Eles desbravaram a mata, construíram casas no estilo europeu e eram autossuficientes, inclusive gerando energia elétrica a partir de uma queda d’água local.

Construíram uma grande igreja batista, que se tornou a maior da América do Sul na época, com capacidade para mais de 1.000 pessoas sentadas. A educação era ministrada por professoras da própria comunidade, e o letão era o idioma principal, embora o português fosse ensinado de forma limitada.

Três anos após a colonização, em 1925, a Câmara Municipal de Campos Novos solicitou a elevação de Varpa a distrito perante a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Assim, durante a segunda metade dos anos 1920 e ao longo da década de 1930, Varpa alcançou seu auge.

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